Órbita Terrestre
Estação Espacial Internacional, na época, aproximadamente sobre a Itália.
Ano: 10 de Fevereiro de 2200
A raça humana, há muito tempo, conseguiu alcançar o espaço sideral, depois conseguiu por os pés na lua, com o passar do tempo também conseguiu construir uma magnífica estação espacial, tornando possível que cerca de cem famílias e vários laboratórios de última tecnologia fossem estabelecidos em pleno vácuo, assim, foi se tornando possível a construção de colônias em outros corpos celestes como aconteceu logo em seguida com a Lua e Marte. Isso só foi possível graças a ajuda de pessoas distintas e especiais que visam sempre o bem da humanidade, salvando-a de seus maiores problemas. O seu orgulho foi ferido recentemente, mas, mesmo assim, mantinham-se unidos e de cabeça erguida, prontos (ou não) para o próximo ataque de forças malignas.
Na sala de reuniões acontecia uma discussão relevante sobre o futuro do planeta:
- OUTRO!? – esbraveja o homem de terno.
- Sim, outro. – responde com uma falsa calma o distinto homem de uniforme militar e tantas medalhas que seu peito era insuficiente.
- Como... como isso é possível? Acabamos de destruir um e já nos aparece outro???? Isso é ridículo... – o homem de terno escorrega em sua cadeira
- Ridículo não, improvável, não bate com os nossos cálculos, mais uma vez mostra que estávamos errados, vários eventos estranhos aconteceram ao redor do mundo e, infelizmente, estávamos despreparados. – diz a mulher de jaleco.
- Se o planeta sofrer ataques em massa, não conseguiremos fazer nada, é um sinal grave de nossa impotência. – complementa o líder da DBF, Brigadeiro Sawyer.
- Feche essa sua boca imunda Sawyer! – esbraveja o homem de terno, Agente A - Não somos impotentes, nós detivemos aquele... aquele...
- Vampiro. – Sawyer completa para o colega
- Isso! Vampiro! Nós o detivemos, não detivemos? Portanto nós estamos preparados contra essas atrocidades.
- Discordo, tivemos muita ajuda considerável e, ainda assim, sofremos para liquidar com aquele ser, perdemos muitas tropas, armamentos e dinheiro, se continuarmos assim teremos que cortar verbas, a situação é insustentável. O mundo ficou sabendo do acontecido? – diz o galante homem, Artho Reismann.
- Não, o problema é que não conseguimos encobrir o incidente de Florença e perdemos força considerável na América do Sul e África, como ficamos desprotegidos, acabamos sofrendo muitos ataques e lamento informar que muitos dos nossos Laboratórios foram destruídos. – reforça o Agente A.
- Tantos problemas e tão pouco tempo para resolver... – esfrega a mão num gesto de puro stress a mulher de jaleco, a Doutora Margaret Impensi. – por onde começamos? Artho?
- Sugiro um corte maciço de verbas para pesquisas, isso incluí todas elas, as espaciais, armamentistas, biológicas e robóticas, todas. Só assim poderíamos conseguir recuperar o capital perdido nessa batalha.
- Discordo! – levanta a Doutora batendo na mesa – Isso é um absurdo! As pesquisas biológicas devem continuar!
- Não fale só por você colega, também acho que as pesquisas robóticas devem permanecer na ativa. – fala com impetuosidade a jovem Doutora em robótica Carla Figueira – As pesquisas não poderão ser cessadas, assim ficaríamos muito defasados futuramente.
- Vocês não me deixaram terminar. – prossegue Artho – Toda a verba seria destinada á produção de mais armamentos e recrutamento de tropas, também intensificaríamos o Pogrom.
- Ou seja, tudo para os brutos, nada para os pensantes. – Margaret diz com desdém.
- Dobre sua língua, porca imunda! Se não fosse por nós, não estaríamos vivos! – esbraveja o Agente A. – Eu concordo com Artho, devemos retaliar em resposta.
- Um momento Agente A, eu ainda não terminei. Deveríamos também ficar quietos por, no mínimo, um ano e, no máximo, três anos. Nesse tempo ficaríamos quietos, apenas nos preparando, para depois voltarmos com tudo.
- Ah sim! Muuuuito inteligente não? Aí esses seres malditos continuam a se proliferar enquanto nós ficamos de braços cruzados vendo eles fazerem a festa, nem pensar! – diz o Agente A.
- Os Deixe com as Tradições por enquanto, elas querem pegar o nosso posto, deixem que eles façam o trabalho durante esse tempo, depois pegamos todos eles. – completa Artho.
- Certo, e sofreríamos ataques constantes? Você só sabe falar de dinheiro Artho! Fique quieto e deixe quem entende discutir isso! – diz a Doutora Figueira.
- Quietos! Ele está certo. – Sawyer põe-se a falar – Devemos ficar apenas na defesa durante um tempo, eu montei um plano, ele é simples, mas deve funcionar.
- E qual é? – indaga Agente A.
- Primeiro temos que abafar o caso de Florença, isso já vazou para o mundo inteiro, recomendo um programa de televisão em rede nacional ou até internacional... isso é possível Agente A?
- Perfeitamente.
- Certo, dois dos nossos devem tentar dar uma explicação lógica, assim tiraríamos a mistificação de tudo isso.
- E depois? O que faremos nesse espaço de um a três anos? – Artho questiona.
- As verbas de todas as pesquisas seriam convertidas em uma outra, a única que faremos nesses próximos anos, tentando nos prevenir dos próximos ataques dessas criaturas.
- Que tipo de pesquisa? – se interessa a Doutora Figueira.
- Investigação. Quem são, de onde vem, como se comportam, seus pontos fortes e fracos, onde estão escondidos e quantos são, assim não seríamos pegos de surpresa se ocorresse outro ataque, e eu acredito que deve ocorrer, um evento tão grande assim, só mostra que outros eventos iguais, ou maiores, virão.
- Certo, e quanto as tropas e reposição delas? – pergunta o quase convencido Agente A.
- Continuamos do mesmo jeito, lutamos da última vez sem nenhuma informação e conseguimos dar combate, se tivermos quase que o mesmo número de soldados e uma estratégia mais plausível, poderemos lutar com mais facilidade. Infelizmente, não temos aquele exemplar para pesquisa...
- Só temos alguns bem menos poderosos... mas não chegam nem perto do poder daquele. – diz Doutora Impensi.
- Com eles já podemos chegar nos outros gradativamente, até chegarmos nos mais poderosos, então, é este o meu plano, todos de acordo?
- Sim! – quase que em uníssono.
- Ótimo, declaro essa reunião por encerrada, agora podem desfrutar de nossas estadias.
Todos iam saindo da sala com falsos sorrisos no rosto, quando Sawyer fala:
- Menos você Agente A, você tem um serviço a fazer, contate esses dois.
- Saco! Sempre eu! Quem são?
- Dois membros menores, e não reclame, foi você quem escolheu ser manipulador das mídias.
- Certo, voltarei a Terra imediatamente...
Agente A foi saindo da sala, deixando Sawyer sozinho na sala de reunião, este contemplava a Terra por um dos grandes vidros que circundavam a sala, com o orgulho ferido e com muito receio, ele fala para si mesmo:
- Como disse Gagarin: “A Terra é azul”, mas temo que ela deve ficar vermelha daqui um tempo. Espero que meu plano não falhe.
Assim, Tom Sawyer sai da sala de reunião e vai deitar-se nos seus aposentos para repousar depois da estressante reunião.