Reunião
Umbra, Reino Desconhecido.
Mansão de Marfim, centro do Reino, sala de jantar.
Ano: Janeiro de 2200
- Então ele está vivo? – o Mestre dizia com lágrimas nos olhos.
- Sim, até alguns dias atrás, sim. - com a complacência de um goblin.
- Isso é maravilhoso! Conte-me, como ele está!?
- Muito bem Mestre, ele pegou aquela personalidade nojenta daquele seu amigo não-mago, mas, mesmo assim, tá muito bem.
- E ele é influente? O que dizem dele?
- Influente ele é... virou membro respeitado dentro dos Janissários, tendo contato direto, várias vezes, com o próprio Caeron Mustai.
- Isso não é muito bom, infelizmente, ser influente dentro da sociedade Hermética dá muitas responsabilidades e, ao mesmo tempo, faz com que você veja a podridão que os cercam, diria que, de todas as Tradições, a Hermética é a menos honrada, apesar de dizer o contrário.
- Por que diz isso, Mestre?
- Ora, veja a minha condição! Estou aqui, há mais de vinte anos com medo de voltar ao mundo real, tenho vivido aqui praticamente sozinho, recebendo uma ou outra visita, ansiando por notícias de minha família, e tudo isso por malditos motivos políticos, apenas por politicagem!
- Todos dão o senhor como morto, Mestre.
- Eu sei, por isso eu não voltei ainda, não tenho poder suficiente, tenho perfeita noção que seu eu voltar serei recebido com uma bola de fogo na cara achando que eu sou um impostor... mas a minha hora chegará, e está bem próxima. Maldita foi aquela missão nos Alpes, me pegaram de surpresa e me aprisionaram aqui tempo o suficiente para me darem como morto.
- O que você vai fazer, Mestre?
- Me vingarei e tentarei estabelecer um novo tipo de regimento para a Ordem de Hermes.
- Sozinho?
- Não, obviamente que não, tem uma bela moça que está empolgada para voltar também e, eu acredito, que terei alguns aliados quando retornar.
- Que garota é essa?
- Ah... goblin, você não iria acreditar no que eu descobri... isso me trará muito poder político dentro da Ordem.
- Certo, que garota é essa?
- E estragar a surpresa? Veja por você mesmo. – faz um movimento com a mão, indicando uma porta.
Nisso o goblin se vira olhando a porta indicada pelo Mestre. Com todo o esplendor de uma bela jovem, a garota, com um certo ar angelical, entra na sala de jantar exalando um carisma e uma beleza quase que sobrenaturais, a sua pele levemente morena contrastava com os seus compridos cabelos loiros cacheados e seu par de olhos azuis, pareciam dois lagos de água cristalina, o cabelo tinha a cor dos campos espanhóis de trigo, enquanto seus lábios eram um misto de fino com carnudos, perfeitamente desenhados para, talvez, o beijo mais doce que um ser humano poderia suportar, seu corpo voluptuoso, mas não exageradamente, era desenhado por um galante vestido vermelho de seda que se abria em uma discreta fenda na altura da metade da coxa esquerda, ela era perfeita, e, com certeza, qualquer homem cairia nos braços de tal mulher, ela vinha com um sorriso misto de malícia e simpatia. Atrás dela vinham mais dez pessoas, cinco homens e cinco mulheres exatamente, todos trajados elegantemente como se para um jantar de gala, se postaram nas dez cadeiras da mesa, esta sendo encabeçada pelo Mestre, o goblin saiu de sua hipnose e voltou o rosto para o Mestre, este lhe falou:
- Verde-limão, quero que conheça a mulher que me fez companhia nesses últimos vinte anos, Alice.
A moça estende a mão carinhosamente para o goblin, este, desacostumado com tamanha cordialidade, estende a mão grotescamente:
- Certo... mas... Alice do que? – indaga o curioso goblin.
Ela sorri e solta uma leve risadinha, passa a mão na cabeça do goblin e diz:
- Tremere, Alice Tremere, e estes são os meus seguidores.
O goblin, finalmente, entende a jogada política que seu Mestre quer fazer na Ordem de Hermes, esta, provavelmente, ficará estupefata por existir uma descendente do Traidor, mas, como isso seria possível? Não seria uma faca de dois gumes? Afinal, o Mestre é dado como morto e Alice não era pra existir.
- Mestre, como isso pode dar certo?
- Dará goblin, dará... conto com ajudas poderosas...
- Como? Eu sou seu único contato não sou?
- Está esquecendo de mim pequeno goblin – diz Alice.
- Sim, eu sei, mas vocês... – para e conta - ...12, não são suficientes, vocês teriam que ter pelo menos uma Capela sob controle.
- E temos pequeno padawan, e temos... – o Mestre faz outro gesto para a porta, goblin acompanha sua mão e vê a porta se abrindo, quatro figuras distintíssimas passam por ela, goblin apenas arregala os olhos e gagueja reconhecendo três delas:
- Ma... ma... mas são... são...
- Isso mesmo goblin – diz o mais alto - somos nós três mesmo e esta outra é um “pequeno” reforço.
- É... realmente... agora acho que pode ser feito...
Nisso os velhos amigos se abraçam e deixam a emoção tomar conta de seus corações, deixando as formalidades de lado e se entregando a um grande banquete para celebrar a nova era que virá.
1 Comments:
Hm... ¬¬
*Furtividade muito + Cautela por demais*
Eu deveria me preocupar com isso...? T____T
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